Quando ouvimos a palavra Ebó, nosso cérebro rapidamente nos remete a alguns elementos que são passados pelo corpo e proporcionam uma limpeza energética. Após sua a conclusão, é entregue ou enviado para algum lugar. Essa visão que Ebó acabou recebendo foi criada aqui no Brasil. Com a criação de uma nova forma de adorar Orixá. O africano recém-chegado aderiu a um ritual comum aos nativos do região, os índios, chamada Pajelância, onde o Pajé, sacerdote da tribo, passava alguns elementos no corpo da pessoa para proporcionar uma limpeza energética. Com isso foi recriado o ritual do Ebó.
Mas em sua Terra de Origem, Ebó é literalmente sacrifício, uma oferenda que deve ser feita aos ancestrais deificados (Orixá), ou forças que existem entre os mundos. O Ebó pode ser feito por diversos motivos: em agradecimento pelas bênçãos recebidas; com a intenção de resolver problemas ou obstáculos; abrir caminhos e oportunidades.
Os itens geralmente consistem em mantimentos, água, licor, mel e azeite. Além disso, o ebó pode conter outros itens como dinheiro, roupas, búzios e ervas. Alguns tipos de ebo são colocados dentro de casa e outros devem ser colocados na natureza.
O que é Ebó?
Ebó é, portanto, uma oferenda ritual, elemento forte e motivo final do processo de consulta ao oráculo. Tem um papel central no processo de consulta. Em vez de simplesmente serem passados no corpo, o ritual envolve a apresentação de itens que tenham um significado específico, que o homem manipulará e usará para mediar com as divindades para seu próprio benefício. No culto iorubá existe o Sarayeyé, que é o ato de passar algo para dentro do corpo, mas o Ebó vai muito além disso.
Tipos de Ebó
- Ebo Etutu: sacrifício de força de apaziguamento.
- Ebo Iyànu: Sacrifício para converter raiva, ódio em Afeto, ou obter os favores de um Orisa.
- Ebori: Sacrifício a Ori.
- Ebó Omieró: Banho propiciatório de apaziguamento.
- Ebo Inan: Quando há destruição de elementos, principalmente roupas para purificação.
- Ebo Rirú: Ebo feito somente pelo Awo de Orunmila.
- Ebó Ajé Burú: Sacrifício específico para neutralizar feitiçaria agressiva, feitiços de ligação realizados em sua maioria por mulher feiticeira.
- Ebo Iku: Sacrifício para retirar uma pessoa das mãos da Morte (Iku).
- Ebó Aje: Sacrifício para melhorar as finanças.
- Ebó Isegun Ota: Sacrifício para derrotar os inimigos.
- Ebó Iféran: Sacrifício para conquistar a Amizade, atrair Amor, Carinho.
- Ebó Irogun: Sacrifício para evitar confusão, guerras, desordem.
- Ebo Awórà: Sacrifício para ligar para os clientes.
- Ebó Itajá: Sacrifício para ter sucesso nas vendas no comércio.
- Ebó-Gbéré: Sacrifício de incisões para penetração do Asé ou para proteção.
- Ipese: Sacrifício pelo apaziguamento de Yami.
Existem muitas outras formas de Ebó, mas devemos ter consciência que as energias são transitórias, depois de um Ebó chegará a positividade, mas para que ela permaneça, o povo Yorubá prega que depois de receber a sorte (Ire), a pessoa deve fazer uso dos Akose (Feitiços), que permitem que essa energia continue em sua vida. São incisões, sabonetes, bebidas e todo tipo de preparo.
Na metodologia Yorubá, acredita-se que o ebó não é encerramento. A manutenção deve ser realizada. Quatro coisas são importantes para a eficácia de um ebó. 1. A primeira é o uso correto de cada elemento ritual especificado na consulta ao oráculo. 2. De acordo com isso, deve ter um propósito e propósito real e sincero. 3. Terceiro, deve ser tratado espiritualmente por sacerdotes ou pessoas treinadas. 4. Quarto, é necessária uma integração entre o sacerdote, o consulente e as forças espirituais que estão se movendo para alcançar o resultado desejado.
Essa integração é obtida do dinheiro. Sim, o ebo deve ser pago. O povo Yorubá não vê isso como um pecado, e também não há questão de vender a fé. Ebó não é caridade.
Às vezes o ebó não virá na forma de oferenda física, mas através de regras de comportamento e proibições. Por exemplo, não frequentar determinados locais, não comer determinados tipos de alimentos, não fazer determinado tipo de tarefa ou comportamento, adoção de uma rotina de oração, não usar uma determinada cor, etc.
Não se esqueça, Ebó significa sacrifício.
Uma parte muito importante de um ebó é determinar quanto tempo você ficará com ele, e onde será colocado a seguir.
Antes de explicar os tipos de Ebó, gostaria de abordar uma mistificação ligada ao ebó. De forma alguma, ao fazer um ebo, estamos alimentando divindades ou espíritos. Com o Ebó estamos iniciando uma roda de energia que se moverá em benefício do consulente, ou seja, estamos dando origem a uma corrente do bem. Desta forma, tudo o que é colocado em um ebó, da qualidade dos elementos ao Axé de quem está fazendo, determinarão o êxito do ritual.
Utilizamos o ebó como fonte de energia que será gerada para que possamos obter o que necessitamos.
AJOGUN, inimigos dos seres humanos
As principais ações desses seres causam falta de prosperidade e perdas materiais, doenças, desequilíbrio físico, mental e morte. Se a pessoa for boa e se seu Orí estiver fortalecido e em equilíbrio, nada irá destruí-la. resolver. O principal AJOGUN é Iku (morte), responsável por tirar a vida da humana.
Os principais Ajogun são:
- Morte ( Iku ), tem a função de tirar a vida humana.
- Doença (ARUN), tem a função de destruir o homem através de diversas doenças.
- EGBA (deficiência), tem a função de causar paralisia no ser humano.
- OFO (perda), que tem a função de destruir tudo o que o ser humano construiu, e não deixar alcançar seus objetivos.
- IJA (guerra), luta, atrito, disputas e confusão
- IBI AJÊ é perda financeira.
- EJÓ (fofoca), calúnia e difamação.
- EPÊ (maldição), a praga.
Entenda que Ajogun só age se o ser humano permitir que ele se estabeleça!
A MELHOR FORMA DE MINIMIZAR O ATAQUE DOS AJOGUNS É FICAR EM CONSTANTEMENTE VIGILÂNCIA, ATRAVÉS DE CONSULTAS PERIÓDICAS A IFÁ OU ESU.
NINGUÉM ESTÁ LIVRE DELES.
As Divindades que normalmente neutralizam as forças dos Ajoguns são Esu e Iyami.
O principal objetivo de um Ajogun é causar sofrimento humano. Fazer o ser humano sentir dor, sentir tristeza, derramar lágrimas…
À primeira vista, muitos ficam com medo de saber da existência de forças malignas que podem nos machucar. E o fato de interromperem a vida das pessoas. Mas na concepção iorubá, essas forças são fundamentais para que haja o equilíbrio natural.
Assim, embora maligna e terrível, a existência dos Ajogun são fundamentais para o equilíbrio do mundo.
Quando um ser humano é tomado por um Ajogun, ele se tornará negativo (IBI), e com isso deverá fazer sacrifícios (ebó) para retirar o Ibi, e voltar a ter Irê(sortes) na sua vida.